Durante a semana do índio, de 13 a 18 de abril, a Terra Indígena de Itapuã (Tekoá Pindó Mirim) está promovendo uma visitação pública à aldeia, possibilitando que a comunidade conheça mais sobre a Cultura Guarani-Mbyá. O encontro conta com a parceria do Museu da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).
No primeiro dia do evento (13/04), o Cacique da Aldeia de Itapuã, Vherá Poty, saudou os visitantes e agradeceu a presença de todos. Ele explicou que o objetivo do encontro é oportunizar aos não-indígenas um diálogo que possibilite mais conhecimento sobre as riquezas, os significados culturais e os valores do povo Guarani-Mbyá.
Representando a Prefeitura de Viamão, participou da atividade a secretária de Cidadania e Assistência Social (SMCAS), Belamar Pinheiro, que esteve acompanhada da coordenadora da Proteção Social Básica da SMCAS, Maria Aparecida Grossini; e da coordenadora do Centro de Referência em Assistência Social (Cras Itapuã), Luciana Branco. A secretária Belamar agradeceu o convite e disse estar muito feliz por poder conhecer a comunidade e seus moradores. Ressaltou também o compromisso do Governo Bonatto em manter o diálogo e a parceria com as comunidades indígenas, buscando atender da melhor maneira possível as suas solicitações.
A programação conta com um ritual de saudação que é entoada pelas crianças do grupo de canto e danças da aldeia – Nhamandú / Divindade Sol; conversa com os visitantes; caminhada para conhecer a aldeia; jogos (corrida de tora e pontaria de lança); brincadeira de pontaria com arco e flecha; jogos de peteca feita de palhas; e exposição e comercialização de artesanatos.
Também estiveram presentes, no primeiro dia, representantes do Ministério Público; da Fundação Nacional do Índio (Funai); da Emater; da Coordenadoria Regional de Educação (CRE); da Secretaria de Direitos Humanos de Porto Alegre; e da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), além de líderes indígenas das aldeias de Viamão: Cantagalo e Estiva.
A Carta do Povo Guarani
Durante o encontro, o Cacique Vherá também entregou uma carta para os representantes governamentais, sociedade civil e parceiros do movimento, onde manifestou os valores de vida do povo indígena. A carta é assinada pelo povo Guarani, representado por lideranças de diversas comunidades.
Confira um trecho da carta:
“(...) A terra é a criação de Nhanderu (nosso Pai primeiro) para todas as nações que também são sua criação. Entendemos que todos temos o direito de habitar sobre ela sem sobrepor um povo sobre o outro. Nosso modo de viver natural necessita deste espaço, dessa terra ampla, produtiva para que nosso povo possa resistir cada vez mais as interferências que a comunidade ocidental apresenta através das ações públicas necessárias. (…) É com alegria que hoje recebemos em nossa casa e esperamos que sua vivência seja de aprendizado, sensibilização e reflexão sobre as necessidades reais do povo. Sair desta comunidade tendo o conhecimento sobre estas necessidades afirma o compromisso de que cada um possa se tornar aliado nesta infinita luta por conquista dos direitos originários deste povo acima de tudo como seres humanos”.
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